domingo, 22 de janeiro de 2012

Aquele quando eu saí da casa deles.

Não bastava ter pedido rematch, a 'chefa' resolve armar o barraco. A coordenadora da agência foi em casa na quinta fazer a reunião para oficializar o rematch. Ok. Até aí tudo bem. Reunião tranquila, assina aqui e ali e pronto. A noite, na hora do jantar, a 'chefa' pergunta se eu já tinha uma família e eu disse que não --porque eu não tenho! Daí ela começa a falar um monte de merda, dizendo que eu era desonesta, que ela não me respeitava, me chamou de tudo quanto era nome. Começou a gritar e pra encurtar a conversar, armou o barraco. Não vou contar detalhes pra não expor a família e nem me expor, mas foi feio. Ela criou na cabeça dela uma história de que eu pedi rematch (trocar de família) porque já tinha outra família --o que eu poderia ter feito, mas não fiz! E deu a locka nela por conta disso.

Daí eu comecei a pensar depois que passou o susto. Analisem comigo minha tese. Quando a gente está em um emprego e não está satisfeito, o que a gente faz? Procura outro melhor e quando encontra, pede pra sair né? Ou quando a situação está completamente insuportável, em casos extremos, a gente pede pra sair antes mesmo de conseguir outro. Ok. Dito isso, porque raios essa mulher ficou locka assim? Eu tenho o direito de querer procurar outra família antes de sair da casa dela. Enfim... Só teoria. Porque eu só pedi pra sair, não tenho família nenhuma me esperando, INFELIZMENTE.

Quando isso aconteceu eu fiquei chocada e a única coisa que eu queria era comprar um vôo de volta pra minha casa. Porque né, eu não preciso ser tratada assim, meu bem! Eu tenho família, eu tenho uma vida linda no Brasil me esperando de volta e eu não preciso que nenhum americanozinhofilhodaputa (desculpa a expressão) me trate como um lixo e me diga coisas que eu não sou. Depois do susto, ficou a raiva. Muita raiva. E eu peço a Deus pra tirar essa raiva do meu peito porque não faz bem. Que a bonita continue com a vida miserável e ruim dela que eu vou viver a minha. Eu só sinto muito muito (muito mesmo!) pelas crianças. Como eu me apeguei a elas, como eu sinto falta dos bebês, como tá doendo essa saudade dos meus pequenos viu! É a única coisa ruim disso tudo. Porque no momento em que eu saí daquela casa --na sexta de manhã, eu senti 1000 quilos a menos nas costas. Alívio instantâneo.

Depois de conversar com minha família e amigos eu resolvi tentar de novo. Quase comprei a passagem pra ir embora, mas já que estou aqui e tenho 2 semanas, vamos tentar né? Se Deus tem planos pra minha vida e eu creio que Ele tenha, e se a vontade Dele é que eu fique, eu encontrarei uma família exatamente do jeito que eu quero. Do contrário, em 2 semanas eu volto pra casa com o sentimento de que eu fiz tudo, tentei tudo e que em 5 meses eu vivi tudo que eu poderia ter vivido. Aproveitei cada segundo.

E é isso. Quero agradecer os comentários dos amigos e das corajosas que encararam esse programa também. Obrigada pela força e apoio. Muito obrigada! :)

P.S.: Atualizo assim que tiver novidade porque agora estou na casa de uma amiga e tenho internet decente! ;)

3 comentários:

Júlia Araújo disse...

Nossa, que situação! Mas é assim mesmo. Uma vez, num trabalho aqui no Brasil, eu pedi aviso prévio (porque tinha feito a seleção para um lugar com melhores condições de trabalho e salário era o dobro) e mesmo dizendo que eu ia ficar até ela achar alguém, a minha chefe me disse na minha cara 'sua sacana' e fez uma ceeeena. Isso é desespero. Sua host deve tá uma pilha porque ela sabe que é dificil encontrar uma au pair que aceite tomar conta de tantas crianças. =/ Espero que você consiga achar outra familia logo.

Gisella Diorio disse...

Também estou torcendo muito para que essas duas semanas sejam mais que suficientes para encontrar a família do jeitinho que você quer e sua 'chefa' vai pagar caro por ter te destratado. Beijos e Boa Sorte!

Manu disse...

Boa decisão Neguinha, vale a pena tentar mais essas duas semanas, se for da vontade de Deus, você encontrará uma família que mereça sua dedicação e carinho. Bjos e muita sorte! Saudades!